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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

As Mãos do Meu Pai

As tuas mãos tem grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já cor de terra
— como são belas as tuas mãos —
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram
na nobre cólera dos justos...

Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam
nos braços da tua cadeira predilecta,
uma luz parece vir de dentro delas...

Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,
vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?
Ah, Como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos.

E é, ainda, a vida
que transfigura das tuas mãos nodosas...
essa chama de vida — que transcende a própria vida...
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma...

(Mario Quintana)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Correm as águas do rio
Passam na agulheta do tempo
A mesma água não volta, nem pelo fio
Não repete a sua passagem, observo, lembro
A vida é como esse rio
Na superficie a velocidade instântanea
No fundo as correntes pesadas
As pedras roladas, as plantas prezadas
O que se esconde e funde no leito
Escorregadio que com os tempos feitos
Pouco mudam, pouco nadam
A vida de um rio, não é só a agua que passa
É as margens descoladas, divididas
São quem passa quem refresca
É a vida num todo que se compõe
É quem mergulha, quem acha
Quem muda, leva ou põe
É quem toca no fundo
Traz a vida que mergulha num rio também


(Deepmoon)
« COIMBRA »

Coimbra, velha cidade 
De ruas medievais; 
Do Penedo da Saudade 
Onde tantos imortais
Poetas e trovadores, 
Tiveram os seus amores 
Nos tempos da mocidade… 

Coimbra dos estudantes 
E das tricanas bonitas,
Das noites inebriantes 
Da tua Queima das Fitas… 

Coimbra, cidade linda, 
Foste sempre e és ainda
A cidade capital 
Do amor em Portugal!

Tens na Fonte dos Amores
O amor simbolizado
Por D. Pedro e D. Inês
Num romance consagrado.

Rio Mondego, o Choupal,
O teu Jardim da Sereia
E a Escada Monumental
Junto à Universidade…
Fazem de ti, sem igual,
A mais bonita cidade!
Deste nosso Portugal!...

Coimbra de tradições,
Cidade-mãe de doutores
E da velha Universidade;
Fazes vibrar corações
Por tantas recordações,
Numa palavra…és saudade!

(Fernando Reis Costa)