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segunda-feira, 25 de abril de 2016

Liberdade



Viemos com o peso do passado e da semente
esperar tantos anos torna tudo mais urgente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente

Vivemos tantos anos a falar pela calada
só se pode querer tudo quanto não se teve nada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada

Só há liberdade a sério quando houver
a paz o pão
habitação
saúde educação
só há liberdade a sério quando houver
liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir.



Sérgio Godinho


domingo, 24 de abril de 2016

Coimbra



Em ti,
Cidade cantada das cidades,
O sonho não tem fim,
A saudade não tem início,
A morte não tem lugar.
Em ti,
Cidade da juventude eterna,
Dos segredos sussurrados pelas ruas,
Do pôr do sol, do nascer das luas,
Das visões, dos projectos, das promessas,
A morte não tem lugar.


Em ti,
Poesia clara da verdade,
Tradição pura e presente,
O coração bate mais do que a idade,
E a emoção estala, toda, num repente.
Porque em ti,
Cidade amor,
A morte não tem lugar.
Em ti,
Por ruas antiquíssimas e solenes,
O peso da humanidade, com a leveza duma brisa de verão,
Acompanha os meus passos,
E diz-me que em ti
A morte não tem lugar.


Porque em ti, só em ti,
A vida és tu, e tu não morres,
Nem hoje, nem nunca,
Por seres, o que és,
Coimbra.
André Vilhena
Em ti,
Cidade cantada das cidades,
O sonho não tem fim,
A saudade não tem início,
A morte não tem lugar.
Em ti,
Cidade da juventude eterna,
Dos segredos sussurrados pelas ruas,
Do pôr do sol, do nascer das luas,
Das visões, dos projectos, das promessas,
A morte não tem lugar.


Em ti,
Poesia clara da verdade,
Tradição pura e presente,
O coração bate mais do que a idade,
E a emoção estala, toda, num repente.
Porque em ti,
Cidade amor,
A morte não tem lugar.


Em ti,
Por ruas antiquíssimas e solenes,
O peso da humanidade, com a leveza duma brisa de verão,
Acompanha os meus passos,
E diz-me que em ti
A morte não tem lugar.
Porque em ti, só em ti,
A vida és tu, e tu não morres,
Nem hoje, nem nunca,
Por seres, o que és,
Coimbra.


Poema de André Vilhena
Fotografia de Filomena Ladeira

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Saudade

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.


Eu

 Fotografia é a poesia dos olhos, traduzida na essência das emoções.
Michelle Ramos



A fotografia é a poesia da imobilidade: é através da fotografia que os instantes deixam-se ver tal como são.

Peter Urmenyi



Fotografia vai além de congelar imagens, ela precisa ter história, ela precisa fazer parte de um momento, ela tem que retratar um sentimento.

Aline Gemaque

A Fotografia eterniza momentos.
A Poesia eterniza sentimentos.
A Fotografia é a Poesia da imagem.
A Poesia é a fotografia das sensações.


Bom Dia


O sol é para as flores o que os sorrisos são para a humanidade.


Os pensamentos são como as flores, aquelas que apanhamos de manhã
mantêm-se muito mais tempo viçosas.


Quem tentar possuir uma flor, verá sua beleza murchando. Mas quem apenas olhar uma flor num campo, permanecerá para sempre com ela.


Todos querem o perfume das flores, mas poucos sujam as suas mãos para cultivá-las.

Gosto das cores, das flores, das estrelas, do verde das árvores, gosto de observar. A beleza da vida se esconde por ali, e por mais uma infinidade de lugares, basta saber, e principalmente, basta querer ver.



vinde do quatro de mil novecentos e sessenta e quatro




Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.